Em declarações feitas à agência Lusa, o presidente da Câmara de Évora, eleito pela CDU, indicou que "continuam a existir atrasos significativos" na distribuição postal no concelho e destacou que há "queixas de atrasos superiores a um mês".

"É absolutamente preocupante", disse, alertando para o facto de uma das consequências da situação ser o atraso nos pagamentos das prestações sociais às pessoas, sobretudo às muito vulneráveis, que precisam urgentemente do dinheiro.

Pinto de Sá considerou que este serviço "funcionava bem quando estava em mãos públicas" e salientou que, agora, com a gestão de uma empresa, os CTT - Correios de Portugal, há "um incumprimento completo de um serviço que é essencial para a população".

"Quando o regulador e o Governo tiverem de avaliar o contrato de concessão, deve ser retomado o controlo público sobre o correio, como acontece na maioria dos países do mundo, para garantir a qualidade do serviço", defendeu.

De acordo com o autarca, a Câmara Municipal de Évora já questionou a empresa sobre os atrasos na entrega de correio no concelho e a resposta, dada informalmente, indica que os problemas são causados por alterações na organização da distribuição.

"Isso é algo que, para nós, é irrelevante", porque "eles podem fazer as reorganizações que entenderem, mas não podem reduzir a qualidade do serviço público que é exigido e que, de facto, está contemplado no contrato entre o Estado e a empresa", defendeu.

A Assembleia Municipal também protestou e exigiu soluções através de uma moção subscrita pelos 12 presidentes das juntas de freguesia e sindicatos do concelho, aprovada por unanimidade na última reunião deste órgão.

O documento refere que, "nas últimas semanas, têm-se multiplicado as queixas da população, entidades públicas e privadas relativamente aos crescentes atrasos e falhas na entrega de correio por parte dos CTT - Correios de Portugal".

De acordo com a moção, foram relatados casos de locais onde o correio só é entregue uma ou duas vezes por semana, falhas sistemáticas na entrega de correio urgente e ineficácia no atendimento ao público.

"Estas situações comprometem direitos básicos dos cidadãos, como o acesso atempado à informação relevante, à justiça e aos cuidados de saúde. Comprometem também o bom funcionamento das autarquias locais e de várias entidades que dependem da fiabilidade da distribuição postal", refere o documento.

Há quase duas semanas, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações(SNTCT), Eduardo Rita, disse à Lusa que os CTT estavam a implementar um novo modelo de distribuição em Évora, o que estava a provocar atrasos e descontentamento entre os trabalhadores.